Carta Aberta.

Sobre o 5.º EMAX - Encontro Mostra Associativa Juvenil da Galiza e Norte de Portugal.

A Salta Fronteiras Associação, organização juvenil, com sede em Felgueiras, no distrito do Porto, vem por este meio manifestar a sua opinião sobre a organização do 5.º EMAX, realizado em Vilagarcía de Arousa, Galiza, nos dias 28, 29 e 30 (?) de Outubro.

A Salta Fronteiras, desde a 1.ª edição do EMAX, realizada em 2006, no Cace Cultural do Porto, sempre participou neste evento de forma activa, quer em termos de participantes, quer no formato de actividades e conteúdos. Em todas os encontros, reconhecemos a excelência e capacidade de organização da FAJDP, da FAJUB e da FNAJ, no que concerne à promoção do associativismo juvenil, no apoio e acompanhamento total às associações, quer portuguesas, quer galegas.

Este trabalho realizado nos EMAX's anteriores, pela sua essência de partilha de saberes associativos, permitiu à Salta Fronteiras estabelecer redes de contacto com associações galegas que ainda hoje resultam em parcerias reais. Organizações galegas que demonstram um excelente trabalho associativo na área da juventude.

O 5.º EMAX, no nosso entender, foi um desfile de desperdício de recursos, um caso de estudo de má organização e uma má campanha para o associativismo juvenil:

Não existiu qualquer esforço de organização para concretizar redes de trabalho entre associações portuguesas e galegas. Aliás, a participação galega era absolutamente diminuta em todas as ocasiões do EMAX - demonstrações, actividades e espectáculos.

O programa de actividades  foi completamente adulterado - solicitamos o exercício de comparação do programa original e a realidade do que aconteceu. Não tendo estado no dia 28, diríamos que o EMAX foi apenas o dia 29, e mesmo assim, não aquilo que estava no programa. O dia 30, simplesmente não existiu.

As actividades, na esmagadora maioria, não demonstravam a realidade associativa, o potencial das associações, nem promoviam a participação. Eram na essência, ou comerciais, ou diminutas, com um processo de inscrição e participação que não chegamos a perceber.

O tratamento dado às associações do norte de Portugal, com a ausência completa de apoio logístico e uma desconcertante organização geográfica entre local do EMAX, alimentação e alojamento – sem suporte de transportes - culminou num descontentamento generalizado. Os participantes, para além da viagem de ida e volta, na maioria do tempo andaram de autocarro entre locais, ou esperaram por ele.

Alguma coisa de profundamente errado aconteceu neste EMAX, não houve partilha, não houve intercâmbio, não houve resultados de participação. Apenas uma excursão a Vilagarcía de Arousa.

A Salta Fronteiras sempre foi apologista da maior e melhor racionalização de recursos, considera que estes encontros valem pelo nível de estabelecimento de relações associativas, trocas de experiências que se produzem e resultados a longo prazo. Não se tendo verificado nenhum destes pressupostos, teremos que afirmar que, pela nossa parte, este EMAX resultou num exercício de desperdício. No limite pode ser utilizado como um manual de má organização.

Concluímos dizendo que, só as diligências efectuadas pelos representantes da FAJDP, FAJUB e FNAJ, para a representação portuguesa, salvaram as situações estranhas que aconteceram, com base na experiência que estas entidades têm na organização destes modelos de encontros - onde as associações galegas são acolhidas de forma positiva e hospitaleira. Com base na nossa experiência e a realidade que presenciamos, só conseguimos apontar responsabilidades à organização local do 5.º EMAX.

A Direcção da

Salta Fronteiras Associação